23 de dezembro de 2010

Tchau pra ti, 2010!

Quando pequena amava o final do ano, significava muitas coisas: família reunida em volta de uma bela mesa sortida de coisas deliciosas, papai noel, felicidade, a façanha de descobrir quem havia tirado quem no amigo secreto, férias na praia, material escolar novo, tudo de bom!
Eu realmente era fascinada, e contava os dias para cada acontecimento, curtia o cheiro da rua, o olhar das pessoas, a ansiedade em realizar sonhos... bom ser criança, não é? 

Em algum momento, creio que na adolescência, os fatos passaram a ter uma visão mais enxugada e o prazer foi se esvaindo em meio às tantas conclusões desanimadas, até perderem-se na indiferença que passei a dedicar-lhes.

Explico: 
Natal = Grande oportunidade de negócios comerciais; Maior visibilidade da igreja católica; Cultura.
Ano Novo = Uma maneira que a sociedade encontrou para datar algo como "começar do zero" (mesmo sabendo que após as 24hs estará tudo igual.

É, isso mesmo, cresci e fiquei chata. (risos)

Sei que é uma lógica de difícil aceitação, mas é apenas mais um ponto de vista, entre tantos...

Bem, 2010 se vai, com ele alguns acontecimentos que merecem ser esquecidos, pessoas que já não fazem parte de minha vida, entretanto, deixa outras que ganharam meu coração, e aquelas que se fortificaram nele, muitas risadas, algumas conquistas materiais, enfim, um ano de saldo positivo!

Desejo muito que os dias que estão por vir, permitam que eu me abasteça de sabedoria, para que, através dela eu possa discernir as minhas necessidades físicas e emocionais com cautela, com equilíbrio.

Ao mundo só me resta desejar sorte, às pessoas luz e à Deus peço PAZ!


15 de novembro de 2010

Mensagem de um grande amigo.

Bia, gostaria muito de te contar sobre as experiências que pude ter nesta viagem para a Patagônia e Terra do Fogo.

OK! Paisagens deslumbrantes, lugares que sempre quis visitar, comidas típicas locais (até me arrependi da tripa e do testículo, argh!), museus e muita história.

O mais importante foi o que você me disse para fazer na viagem, me reencontrar e me conhecer.

Como não tinha quase nada de coisa para pensar, pude refletir bastante e fazer uma auto análise do meu passado, que motivos me levaram a tomar certas atitudes e prioridades na vida.

Escuta essa:

A região de Ushuaia foi um lugar praticamente colonizado por presos. O governo argentino queria ocupar aquela região, mas era muito inóspita, então, mandaram presos para lá, que fizeram o presídio, as estradas, e fizeram uma linha de trem que interligava o povoado à floresta, aonde ia se buscar a madeira para a calefação.

Fiz o passeio deste trem, o “Trem do Fim do Mundo”, não sabia o porque, mas enquanto o trem andava , histórias destes presos eram contadas. Sentia que estas histórias me emocionavam muito, porém, não sentia a mesma reação dos demais ocupantes do meu vagão, que pareciam indiferentes. Pô, como pode uma história tão triste e ao mesmo tempo tão bonita não despertar a mínima atenção dessas pessoas?

À tarde, estava chovendo e não peguei o barco para os pinguins, e fui visitar o museu da cidade, que fica no antigo presídio. Legal, interessante, mas era muito grande e cansativo.

Chegou num setor, que eram as antigas celas, sem reformas, feio, sem calefação, frias, solitárias, sem nenhum visitante. Sensação terrível de medo.

Entrei numa das celas, me sentei um pouco, fiquei encolhido por causa do frio e com medo de que as portas se trancassem e me deixassem lá!

Veio à minha mente a imagem de um menino de uns 08 – 09 anos sentado debaixo de uma mesa (naquela parte aonde a gente poe os pés enquanto estamos sentados na cadeira), todo encolhido, com muito medo de tudo, da chuva, dos trovões, do frio, de ser expulso de casa, das brigas dos pais, da fome, de ser abandonado.

Sim, este menino era eu.

Tinha esquecido desta imagem há muito, muito tempo atrás.

Quando tinha briga ou problemas em casa, que era bem freqüente, normalmente por falta de dinheiro, que gerava as brigas por outros motivos, era lá que eu me refugiava, no escuro, encolhido, com frio e muito medo, e ficava planejando como podia resolver aquilo tudo. Mas eu era uma criança ainda, pequeno, fraco e pobre. E esse tipo de problema só tinha como resolver quando eu crescesse, já como adulto. Então, eu tinha que “crescer” e ficar adulto o mais rápido possível.

Sempre me perguntaram de onde eu tirava motivação e forças para fazer um monte de coisas. Nunca soube responder.

Sempre achei que era por ser uma pessoa determinada. Errado. Era para que não fosse mais necessário me esconder debaixo dessa escrivaninha.

Hoje percebo o motivo dos inúmeros sacrifícios pessoais pelo sucesso profissional (em resumo, pelo dinheiro), visando ajudar a minha família, as pessoas próximas a mim e até a diversas pessoas que mal conhecia ou não conhecia foi fruto de um trauma de infância.

Quando estava fazendo trekking em El Chalten, resolvi subir a montanha sozinho. No mirante ao Fitz Roy, me sentei.

Muito frio, começando a nevar e chover, solidão completa. Não sentia medo, apenas uma sensação de “estou livre”, de que tenho uma vida a ser vivida, sem fantasmas do passado.

Levo muito aprendizado desse período.

Quando vejo meus sobrinhos e várias crianças da creche de Guarulhos brincando, sorrindo, sendo “crianças”, acredito mais na escolha que fiz para agora, priorizando mais a parte pessoal, tentar ser um bom marido e pai (pelo menos o melhor que puder ser, isso se eu conseguir casar e ter filhos), deixando para as crianças serem crianças e os pais os problemas dos adultos.

Agradeço ao Ser (Deus, Alá, Buda, ...) pelas coisas boas em meu caminho durante as dificuldades e aos que me ajudaram, pois sei que qualquer retribuição que fiz e farei sempre foi e será muito pouco comparado com a grandeza das atitudes.


Bia, tinha que te contar esta história, pois uma das pessoas mais importantes em me tirar de debaixo daquela escrivaninha foi você. Muito obrigado.

Muito obrigado por ter aparecido e ter feito parte de minha vida.



Emocionante não?

Eu chorei.

Pra guardar no coração.


=)

=)



6 de novembro de 2010

E de repente você olha ao seu redor, os acontecimentos a gritar, as pessoas a fazer coisas insanas, incoerentes, as coisas a se perder, os pensamentos embolando-se em si próprios, as necessidades cada vez mais pendentes, aos que amamos a ausência, o curso de mergulho adiado, o curso de fotografia sem previsão, cada vez menos horas de sono, cada vez mais ingere-se o indesejado, inclusive sapos...
E então surge imensa vontade de pedir: Alguém me tire daquiiiiiiii?!

Sim, minhas férias estão vencidas e já começo a cansar de brincar de ser adulta; quero minha barbie de volta!

Incrível como uma pausa pode significar tanto em nosso olhar para a vida, em como produz tolerância.
Tenho um amigo, que ficou 15 anos sem férias, admiro-o.
De onde tirava forças? De onde surgia a motivação que o fazia levantar toda manhã? Se reconhecia?
Se amava?
Amava?
Vivia? Desejava? Respirava? Observava-se?
Admiro-o.

Eu, em 1 ano e 3 meses já estou a desintegrar-me.

=p



16 de setembro de 2010

É tempo de ser chato.


Há pouco fiz um post no Facebook e minhas amigas saltaram com suas teorias mil, eis:
" Sabe quando você olha ao redor e tudo parece sem sentido? Não é louco pensar que vamos regularmente trocar papel por alimento num lugar chamado supermercado? E pensar que amamos e geramos posse sobre o outro, como mais uma mercadoria de tal supermercado? E bebemos pra amenizar? E rimos pra não chorar? Corremos kms pra gastar o que trabalhamos para adquirir no... onde? Supermercado! Era da compra e venda. Cansa sabia?"

A verdade é que me referia ao amor plástico.
A realidade que criamos, as pessoas que escolhemos para nossa vida, a casa, os gostos, o estilo, tudo é minimamente relativo.
Isso é a vida.
Você cai nesse mundo doido, e como se fosse um chip em que inserem uma porção de informações, das quais você seleciona, de acordo com seus sentidos, as que mais lhe encantam e as adapta a um ritmo que siga no fluxo da louca sociedade.
Daí, como capitalistas, consumimos.
Consumimos romance do cinema, comida industrializada, ou não se você for naturalista, consumimos animais, vida verde, produtos por nós produzidos, consumimos "felicidade", consumimos família, caviar.
Era da compra e venda.
Compra-se de tudo, e tudo importa, ou não, na busca da euforia, do êxtase.
Ui, que insano, não é mesmo?
Onde esta a ponta desse fio?
Me sinto incomodada pela sensação de reset. Desejo resetar e voltar ao principio.
Principio? =/
Onde fica mesmo?
De qualquer maneira, não sei o que escolher, o que amar, o que comer, onde andar, que ar respirar, o que ler, não sei de mais nada, nem o que é diversão, nem o que é tristeza, nem o que é amor, ou porque trabalho tanto, porque passo a maior parte do tempo séria, e adulta demais, ao invés, de deliciosamente desencanar dessa "caciotta".
Todo esse mundo plástico, plastificado, fabricado pela nossa mente envaidecida e ignorante.
Ui. (risos)
Peguei pesado?
Pra que mentir? Fingir que está tudo maravilhoso?
Não.
Ando deprimida, mesmo. ( Eh merrrmo ae? Que bommm - Essa é para a galera do fundão =p)

E como em resposta aos posts em meu Face... Acho que o mundo anda deprimido.

Chato.
Quando do céu escolhi a terra para habitar, não analisei a capacidade que temos de ser chatos, so boring.
=p

8 de setembro de 2010

Você já banalizou hoje?

Banal = Trivial, comum, vulgar.

Banalizar =Tornar vulgar ou banal.

Interessante como adquirimos com facilidade a capacidade de banalizar aquilo que está na pele alheia.

Conversando com uma amiga bastante querida e que está em constante crise recíproca de ciúmes em seu namoro, pude ouvir, pacientemente aconselhar, e mostrar com seriedade doce o quanto algumas arestas precisavam ser aparadas em seu próprio olhar e postura.

Frequentemente me encontro à aconselhar amigas, ajudá-las com dificuldades em seus respectivos relacionamentos, em suas escolhas pessoais, procurando sempre ser assertiva e mostrando à elas as opções que tem ao seu redor, procurando sempre o caminho do bem, da dita felicidade.

Mas o irônico nisso tudo, é que por detrás dessa personagem séria, madura, e generosa, existe alguém que comete muitos erros, que tem medo das escolhas que faz, e que pratica tudo ao inverso daquilo que busca advertir.


Quer ver?


Me apaixonei por alguém proibido pra mim, dessas apaixonites malucas que duram pouco, mas são tao intensas que mal conseguimos dar conta de vivê-las...

Tive que me afastar, urgentemente, e lembro que nos primeiros dias me faltava o ar, ainda mais quando descia o elevador do prédio e sentia os rastros de seu aroma. Foi como ácido lático muscular, doloroso, mas tão bom.

Logo, na fuga dos furacões que me abordam em certas esquinas, pedi um amigo em casamento, amigo este, que ainda apaixonado pela ex-namorada, e com expectativas confusas quanto a vida, tais como são as minhas, obviamente, me acenou para o engano que não desejava cometer.

Justo.

E agora?

Reencontrei um amigo de curso, de quatro anos atrás, de quando eu ainda era noiva, e de um momento em que estava nula para outras possibilidades. Me surpreendi, demonstrou um interesse antigo, do qual eu inocentemente jamais havia me dado conta, mesmo com as inúmeras gafes por ele cometidas, das quais tivemos o prazer de relembrar e rir.

Sweet. Confesso que me balançou.

Contudo, antes que eu venha dar continuidade a seqüência de equívocos, e diante desse momento em que necessito definir meus reais anseios, em que devo focar minhas projeções futuras, eu desejo um tempo, t e m p o , tempo este só meu, para sorrir, para viajar nas tantas teorias que elaboro e concluo em cada instante que transcendo, para conhecer pessoas excêntricas, para provar, escrever, estudar, amar minha família, meus cachorros, a vida.


A única coisa que desejo, sinceramente, nessa estrada que apelidei de “desintoxicação” é que eu alcance a coerência entre Bia que diz, e a Bia que faz.


=)



6 de setembro de 2010

Primeiro Plano


Cinemà, cinemà...

Oh! Grande amor,

Liberta-me,

Da simplicidade do viver,

Transporta-me daqui,

Para além,

Para os livros, os mares,

para a pele, as sensações,

Me deixe voar nos rastros da imaginação,

Me faça mergulhar no vão,

Transporta-me sem respirar,

Me leve pra quaisquer lugar,

onde já não há eu.

Me cure da dor de estar,

Pequenino, eu sei,

Mas ainda assim, me leve

Meu rei, e me diga que será eterno em meu coração

para que de lá eu não precise voltar, e

assim possa enquadrar, ampliar, modificar, codificar, movimentar,

mesmo sabendo, que aqui é o meu lugar.




5 de setembro de 2010

Doce Domingo.

Nessa vida louca de aeronauta, esqueço freqüentemente o dia da semana, do mês, ás vezes o próprio mês e até o ano em que estamos, e dificilmente estou presente nas reuniões familiares dos meus, pois folga para mim não está marcada no calendário, mas hoje provei novamente dessa sensação de acolhimento , passei um domingo surpreendente.
Um colega piloto reuniu a tripulação para almoçar em sua casa, junto de sua família em Belzonte, e foi simplesmente demais.
Havia tudo, mesa cheia, família e amigos pelo sofá, risadas e curiosidades por todos os lados, com direito a mãe, pai, primos, tia, e uma super Vó cozinhando um almoço delicioso: picanha de carne de sol ao forno, arroz de pique, saladas, farofa e batata frita, e como bom mineiro, cachaça, vinho, cerveja, espumante, refrigerante e muita alegria.
Ganhei o dia, lindo por sinal, de muito sol e calor, mas fui além, ganhei novos amigos.

Caminhando na rua, tricotando com minhas vozes internas, fazendo um retrospecto do dia, da vida, coligando às minhas experiências de infância, com boas lembranças de amigos, de amores, de sensações, pude sentir o perfume da dama da noite movimentar meu cabelo com a brisa morna da noite, então pensei, é disso que minha mãe fala, quando se refere a paz de espirito. =)

Haja hoje para tanto ontem...

Cada dia me convenço mais, de que nada, nadinha nessa vida tem mais relevância do que o vivido agora, das emoções que você se permite ter, dos amores que se permite viver, os amigos que cativa, os animais que distribui carinho, a atenção que doa a quem necessita, e principalmente da ligação que temos com a natureza, que é essencial, que é a recarga das energias, é a vida valendo a pena a cada inspirar.

I believe.

Boa semana!





27 de agosto de 2010



Ontem passei um final de tarde maravilhoso.
Cheguei em Aracaju, fiz uma lanchinho rápido e corri para saudar o mar, meu querido mar... Me atirei nas ondas como criança, o pôr- do- sol me acariciava com seu suave calor, e um lindo arco-íris surge a minha frente para selar meu dia e me fazer refletir.

A gente se envolve com tantas coisas sem importância (real), não é?
Disserto.

Comprei um apartamento em Florianópolis, no centro.
Que raios eu tinha na cabeça ao fazer isso?
Ok, o apartamento é legal, bem localizado, no entanto, o que mais amo é colocar meus pés na areia e sentir aquela brisa úmida vir na minha direção movimentando meu cabelo, me enchendo de paz, allora, porque não uma casa na praia?
Queria ficar em casa tomando meu chimarrão, lendo Clarice ou Camus, escutando Madredeus, mas saí - por pura insistência - com uma amiga para uma festa de gente rica e careta, que não me despertam interesse algum, vazio, do tipo ócio improdutivo, divertimento falso, oco, bruto demais...
Andava distraidamente no shopping, e em 15 minutos que entrei numa loja, comprei uma bolsa de R$700,00. Esta lá, no armário, pois é pesada para andar comigo em minha mala. Então? =/

Quais são os seus valores?
Será que não estás agindo de encontro à eles?
Foi o que mar me perguntou.

Chorei quietinha, por dentro.

Pensei, pensei... Lembrei da minha infância, de quando meu avô me acordava e ainda sonolenta, sentava na porta da cozinha, um frio de rachar e eu recebia meu amado sol quentinho sobre a pele do rosto, enquanto aguardava pelo meu chocolate e aquele pãozinho com manteiga que só ele sabia preparar, ou quando deitava em baixo da parreira comendo uva verde, enquanto os raios do sol por entre as folhas iluminavam minha travessura, e ainda, quando passava tanto tempo no mar quanto os dedos murchos e a boca roxa podiam denunciar, me retirando somente depois de ter dado uns dez últimos mergulhos e minha mãe indo embora cansada de tanto me chamar.

Esses são meus valores respondi ao mar.

E o arco -íris feliz, cada vez mais intenso, me disse:
Pois bem, doce humana, agora já sabes o que fazer.

Respirei fundo, e sorri.

=)

22 de agosto de 2010

Queria sentir alguma coisa, medo, aflição, raiva, queria chorar, ou rir, ou desdenhar, queria odiar, sentir-me decepcionada, ou confusa, queria sentir qualquer demonstração física, tremor, dor de estômago, vazio, frio, calor, taquicardia, queria mesmo, antes assim que nada sentir.

Fui refém dos prazeres carnais que você provocava em mim, e enlouqueci, pedi-lhe algo que jamais poderíamos cumprir.

Não o culpo por não me alcançar, sempre fui assim, sempre andei nas linhas de minhas emoções, me jogando intensamente nelas e flutuando como bolha de sabão num caso eterno de amor pelo ar, até ser consumida plenamente por ele.

Sou assim, louca, maluca, inconstante, doida varrida.

Sim, The End!

Mas não me interprete mal, não pretendo ser presunçosa ou arrogante, apenas confirmo algo que você já havia decidido também.

Dentre as divergências que temos, existe apenas uma que nos impõe tal abismo que nos divorcia, a maneira como nos relacionamos com a autoestima.

Nunca fui boa jogadora, sempre preferi assistir aos jogos alheios comendo marshmallow e rindo do quanto nós humanos somos bobos e dificultamos as coisas com essa esdrúxula mania de querer o poder da relação, quando é tão mais fácil simplesmente zelar pelo bem do outro em seus detalhes...

Quem sabe assim não teríamos tantas cicatrizes, não é?


21 de agosto de 2010

Frustração... Uii!


Ando bloqueada para a escrita e julgo não ser falta de motivação, já que existem tantas, mas essa confusão mental que me atormenta é o que faz perder a linha de raciocínio.

Tenho feito coisas desconexas, me interessado por coisas bizarras, esboçado coisas sem a mínima coesão, e me percebo buscando sonhos em lugares que não me pertencem - por pura incompatibilidade de ser - inclusive criando tais sonhos, que até então, jamais tiveram relevância.

Estranho?

Sabe o que é ainda mais esquisito nisso?

É que todas as pessoas de que tenho notícias sofrem de “frustração múltipla”.

Ser (estar) humano é incorrigivelmente exaustivo.

Sim, vos esclareço meus devaneios, pautada na declaração de um amigo:

- Bia, o problema não é querer comprar uma casa, estudar, casar, comprar um carro ou viajar, mas sim, querer tudo ao mesmo tempo!

Sim, e ele tem razão.

Mas o cruel daquilo que defendo, vai um pouco além, vai no âmago da insatisfação, que mesmo que possuamos os instrumentos necessários para conquistar todos os sonhos arquitetados, a emoção sufocante de algo insolúvel sempre existirá, porque a medida que as coisas vão acontecendo novos desejos tomam forma, novas pessoas surgem, novas perspectivas acrescidos de... adivinhem?

Frustração. (risos)

Fui pessimista demais?

Bem, essa é para mim uma realidade, tanto quanto, doce de leite é doce.

Sendo inevitável ter mais desejos do que temos o poder de saciar, cabe a nós encontrarmos um caminho para lidar com a não-realização de algo almejado, ou seja, encarar nossos próprios medos, lidar com a ausência, com o luto.

Luto?

Sim, elaborar os lutos é um artifício que resulta em paz.

O que seria isso? Exemplifico:

Maria tem três pretendentes, mas só pode escolher um (dependendo da cultura dela, estaria eu neste momento cometendo um grande equívoco, mas partimos do ponto descrito, ok?), e a partir do momento em que decide ficar com João, deve elaborar o luto do José e do Antônio.

Capito?

Bom.

Esse é apenas um mecanismo norteador de nossa energia em direção das escolhas feitas, não das que não optamos.

Eu tento, mas continuo enlouquecidamente incompleta e frustrada (risos), e pra ser franca acho graça mesmo, pois afinal, é tão ruim assim como pintam?

=)


31 de julho de 2010

Incompletude

Me pergunto, e irei me perguntar, creio, por toda a vida, o que nos leva a ter esse sentimento de incompletude?

Esse sentimento maluco que nos faz sentir parte de algo, não indivíduos.

Que nos faz sentir imensa solidão, mesmo quando estamos acompanhados por outros, o que nos faz sentir carência?

Cansei de estar em companhia agradável, e desejada, inclusive, no entanto, sentindo aquele vazio no peito, de incompatibilidade com o mundo, é quase como se não me sentisse apta a habitá-lo.

Segundo Gikovate, após o parto, ou seja, com o nascimento, rompemos nossa ligação com o paraíso – local este de amor, de tranqüilidade, onde não há dor, medo, e todas necessidades são sanadas pelo cordão umbilical – e portanto, nossa busca girará eternamente em torno desse mesmo sentimento pacífico da vida intra-uterina.

Legal.

Belo ponto de vista.

O fato, que não mudará com teoria alguma - tipo, o que explica não justifica, sabe? - é, que em muitos momentos iremos nos pegar imersos na mais absoluta falta de motivação, na saudade de um não sei o que, no desejo de não sei onde.

Vai dizer que ser humano não é difícil?

Eu mesma, que possuo um agravante, a hiperprolactinemia, desejo certas vezes me isolar do mundo, e pelo humor peculiar que aterrissa em minhas colocações, se torna mesmo aconselhável. =)

Acabo de receber uma chamada de uma amiga em que chora e afirma estar sendo submetida a solidão, mesmo estando em casa, reunida a família, mesmo tendo encontrado o grande amor de sua vida, mesmo tendo um ótimo trabalho, e uma vida desde sempre desejada.

Incrível ter me procurado justo quando pensava sobre a incompletude.

É... Não há dúvidas, nos seguirá pela vida, e mesmo que muitas vezes seja a responsável por grandes feitos, mesmo sendo o elemento motivador de grandes descobertas e a faísca que move a evolução humana, ainda a acho muito desconfortável.

Será severamente duro conviver com tais manifestações, mas, o que há de se fazer?


=0


=)


;)


*A vida tem tantas coisas sem explicação, não é?

Essa é apenas, mais uma delas...

Allora, è proprio così... Come la vita...


26 de julho de 2010

Tripulante Extra


Você recebe uma escala mensal, que descreve seus horários de voos, os lugares por onde irá passar, e onde irá pernoitar, então, você organiza o restante: onde, o que, e que horas vai comer, malhar, correr, badalar, se o hotel tem internet, se o pernoite é em região de praia, o que deve colocar na mala, quanto tempo tem de sono, quanto tempo terá para estudar, até que horas vai o café da manhã, que hora deve despertar, como vai dispor o tempo de suas folgas para todas suas necessidades, e daí vem o ponto chave, o bendito que mora fora de São Paulo ainda tem a maratona até em casa, o que implica em casar o seu horário de chegada de uma programação, com os voos disponíveis para sua cidade.

Tudo pronto. Organizado. Esquematizado.

Mas, como nem tudo são flores, e para a loucura dos perfeccionistas, a escala altera, e você que estava organizado para passar o dia em Natal/RN, ir a praia, passear, deve reorganizar-se rapidamente, pois agora irá pernoitar em Foz do Iguaçu, sendo apenas um detalhe os 20º graus a menos de diferença entre essas cidades.

Entretanto, um detalhe específico lhe vem a mente, na escala publicada no início do mês, ao final do voo, você chegaria a São Paulo em Guarulhos, às 13hs, e pegaria o voo pra sua casa das 15hs, so perfect!, não mais, pois agora, você chega no Rio de Janeiro às 17h30, e seu voo para casa é as 18hs, ou seja, se decidir ir para São Paulo como tripulante extra remunerado (a trabalho), perderá o último voo saindo de Congonhas, o que quer dizer que só conseguiria ir para casa no dia seguinte, então, correeeeeeeeeeeee (risos)... Precisa imprimir um passe GIG/FLN, subir a mala, pois no GIG a mala vai para esteira... Termina o serviço já pensando: - Porque o comandante ainda não fez o speech de descida? Hunf... se despede dos colegas antes do pouso, e pousa, ufa!... Jesusssss, o táxi não termina nunca, começa contar os segundos no relógio pra ver se ele passa mais devagar, e torce para que seu voo esteja atrasado. Abre a porta, foi dada a largada, fala com o despachante: - Onde está o Floripa? " Correeee, e lá vai a comissaria correndo com mala, porta-casaco, bolsa, e detalhe: de salto. Sai corredor a dentro, desce escada, sobe escada, passa no portão, entrega o passe voando e tcharaaammmm... Chega na porta da aeronave, suada, esbaforida e faz a tão desejada pergunta: - Me leva de extra?

Entra, toma um copo de água, guarda suas coisas e senta-se... Adormece, e acorda com o coração sorrindo, ao ouvir o speech de pouso.

Amo voar, mas todo esforço é válido para estar em casa!

=)


13 de julho de 2010

Salve, Lunedì!!

Odeio liquidações.

Esta é a pior fase do ano, especialmente para mim, que sou uma consumista assumida.

Caí na grande besteira de ir ao shopping no final de semana.

Que horror!

Voltei para casa com uma enxaqueca brutal e estressadíssima.

Além das vitrines deixarem de ser arte, para se transformarem em prateleiras de consumo para medíocres que buscam quantidades, acesso, as lojas ficam abarrotadas e as pessoas enlouquecidas em busca de algo que lhes sirva. É o fim.

E o cinema?

Cruzes.

Polidez e cordialidade? Pra quê?

Amo shopping. Mas desta vez é promessa:

Shopping somente às segundas-feira e após chegarem as novas coleções.

10 de julho de 2010

Introspecções I

Dias desses, um amigo me perguntou: - Porque você está sozinha?
Hesitei.

Pra ser franca, essa é realmente uma grande questão.
O fato é que não me sinto sozinha.
Gosto da minha família, dos meus amigos, e tenho por vezes, confesso, certa urgência em companhias agradáveis e digamos um pouco mais politizadas, para fazer coisas diversas que me encantam, como teatro, cinema, um belo jantar, sentar no parque, ou viajar...
Bem normal, não é?

Mas o ponto que quero chegar, é que as pessoas confundem muito as coisas, creio.
Não namoro, nem sou casada ou qualquer outro título que possa caber na sociedade, mas não sou infeliz por isso.
E muitas pessoas não o são, gostam de estar solteiras, gostam da solidão, não com toda essa carga negativa que depositamos historicamente ao termo, mas visto de uma maneira bem simples, gostar de estar consigo mesmo.
Conheço pessoas, solteiros convictos, que amam seus estilos de vida, e jamais estão sós.

O que acontece com a nossa cultura de inserir informações de pacote como verdades absolutas é desumano, por não nos dar a oportunidade de escolher.
Ainda bem que as coisas estão mudando.
Tenho lido as teorias de Flavio Gikovate que fazem um sentido mágico aos meus olhos, embora é claro, existam brechas, por sermos sensíveis e carentes, muitas vezes nos deixamos levar por emoções efêmeras e nos colocamos em posição de risco, risco à nossa integridade emocional, mas pelo meu ponto de vista isso também faz parte do jogo da vida, que é aprender a lidar com nossos sentimentos, desejos, e com os desdobramentos de nossas próprias ações e intenções.
Existem inúmeras razões para que as pessoas optem por não se envolverem em relacionamentos amorosos sérios, mesmo sabendo que amar seja muito bom, é preciso ser assertivo, aparar arestas, conhecer-se, certificar-se de afinidades e "desafins", isso sem contar nos valores sexuais, entre tantos outros.
Sou a favor do amor, como sempre mencionei neste espaço, mas como fruto de algo real, livre, entre pessoas dispostas.

Meu Caro Vinícius:
Estou sozinha por adorar estar sozinha, porém, estou sim, aberta ao que se estabelecer verdadeiramente.

=*

7 de julho de 2010

Un attimo di sensibilità

É um tanto suspeito a maneira como os tempos de mudanças chegam, atropelam todo o concreto construído por nós, nos jogam novas verdades na face, levantam questionamentos que até então, estavam inertes, e nos obrigam a falar.

Precisei falar pra mim mesma que estava cansada das cobranças que exercia sobre mim quanto minhas notas da faculdade, pois minha vida é corrida, e portanto, não posso ser DEZ sempre.

Precisei falar pro meu coração: - Acalma-te, que deverás bater mais forte, mas no momento criado para ti, no momento em que houver a prudência dos que não tem pressa, a reciprocidade, a liberdade de ser e o poder exercer a individualidade.

Precisei falar às minhas amigas que lhes dedico a mais terna e sincera amizade, e que cada uma ocupa um espaço diferente, porque dou valor a coisas diferentes, e que de fato, meu olhar pra vida não é lá muito tradicional.

Precisei adoecer, para falar: minha saúde é o bem mais importante que a Vida à mim dedica, e devo honrá-la com a delicadeza das flores que sorriem ao desabrochar.


Sim, amansa-te "peixinha", e nade com intensidade, brinque com bolhas de ar, sacuda suas nadadeiras rumo ao bem, ao sons do seu coração; escute a natureza, pois ela sim, saberá indicar-te o caminho da paz a seguir...


A mensagem que vos trago hoje, queridos amigos, é de que tenhamos mais sensibilidade para escutar a vida, e quanto ao fluxo que nos envolve, que siga a velocidade que bem entender!

;)

=*

27 de junho de 2010

O que você quer?

O que você quer?

O que você quer?

O que você quer?

O que você quer?

=?

24 de junho de 2010

Faxinando...

E de repente você se encontra encerrando uma porção de ciclos, relações cíclicas, projetos que vão e vem sem terem conclusão, revendo pessoas amadas que tinha se distanciado por estar sempre seguindo o fluxo de informações que a vida adulta lhe impõe, reavaliando seus próprios valores. Essa é a chamada faxina interna. Aquela que somente você tem acesso, que não pode pagar para que façam por você, pode até adiar, mas a casa em desordem vai estar sempre lhe passando uma sensação de desconforto, e lhe cobrando diariamente, em que momento vai abrir as gavetas?

Ontem, passei parte da manhã conversando com um amigo, divagando (in)verdades e olhares sobre a vida, e nisso, quando afirmou fazermos parte de um todo, como uma única célula, lembrei-me de dias atrás, quando saí para correr na praia em Vitória no Espírito Santo e quando da exaustão, deite-me e senti a areia geladinha colando na pele suada, foi então, que eu pude entender exatamente o que ele queria me dizer, naquele instante, eu estava tão ligada à vida, como um grão de areia entre tantos. Foi ótimo.

Em uma canção de Marcelo Camelo diz o seguinte “Acho normal ver o mundo feito faz o mar num grão de areia”...

Lindo, não é?

Nos mostra o quanto sofremos pelo que não tem valor real, o quanto a vida deve ser intimamente aproveitada, e de quanto essa infinidade de valores que sociedade joga sobre nós diariamente é obsoleta e pesada demais para se carregar.

Por isso, creio que fazer essas limpezas, ás vezes, é importante, para que possamos dar valor a vida, a estar mais próximos de quem amamos, de fazer coisas que nos confirmem como seres individuais dentro do todo, de amar mais, de brincar mais, de rir mais de si mesmo, de pensar no outro como parte de você, de ficar mais leve.

Não disse que é fácil.

Mas necessário, pra enxergarmos adiante com mais clareza.




18 de junho de 2010

pb - porque as mulheres enlouquecem os homens

Os Homens são de Marte mesmo!

Os homens são realmente estranhos, quando surtam, surtam todos de uma só vez, aí chupa essa manga...(rs)

O pai surta porque você se ausenta por um certo tempo. (Ás vezes esquece que trabalho, estudo, tenho casa e cachorro, e se possível um pouquinho de vida social);

O irmão surta porque diz não gostar do seu novo “pretendente” (Desculpe, mas não deveria ser eu a gostar?);

O amigo surta porque diz não entender seu comportamento (mas hein?);

O “pretendente” surta por ciúmes das suas amigas, e questiona a divisão do tempo justa. (ou seja, você não opina, as pessoas é quem decidem por você?);

O motorista surta porque você estava distraída e não indicou o caminho certo. (Tô paganooo)

O passageiro no voo surta porque pediu café, você traz preto e ele diz que é com leite. (Minha bola de cristal está no conserto);

O Ex te manda um e-mail pedindo o telefone da sua amiga, por se dizer interessado nela, quando você demonstra sua asco pelo pedido ele se lamenta usando a relação que não existe mais sob argumentos (??????)

Até meu cachorro, fica furioso ao me ver com a mala pronta.


Gente, o que acontece no universo masculino? (risos)



:-o

;-)

Pressentimento

Roberta Sá

Ai... ardido peito
Quem irá entender o seu segredo
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor.

Ai... mas quem virá
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada.

Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo.

Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado de se ter felicidade.

17 de junho de 2010

Enrosco

Qual é o enrosco?

O enrosco?

É ser humano.

Binhote.

Gozações á parte...

O que é adequado ao momento:

O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.

O que for o teu desejo, assim será tua vontade.

O que for a tua vontade, assim serão teus atos.

O que forem teus atos, assim será teu destino.

Brihadaranyaka Upanishad IV, 4.5




13 de junho de 2010

Esquisitices e chatices

Sempre me achei estranha.
Sabe aquela menina que sentava no meio da sala?
Passava o recreio com os meninos skatistas, mas freqüentava a casa das cdf's, dividia o lanche com a menina de classe media, como eu, e odiava o menino mais bonito da sala, amava a professora de matemática e algumas vezes passava pela sala da diretora, por ser, segundo ela, algo que na época eu não entendia muito bem - subversiva.
Eclético demais, acho.
O fato é que hoje, entre meus tantos devaneios, me vi encontrando normalidade em tudo.
Confuso?
Bem, explico.
Uma colega afirma: "adoro comer doce de leite com os dedos!"
Outro pergunta: "será que o presunto do sanduíche está fresco?"
Aí vem a história: "minha mãe disse para eu não freqüentar parques aquáticos, pois posso ficar grávida nas piscinas! "
E a chamada de atenção: "não jogue coca na pia, ela cai lá embaixo.
Embaixo? digo eu. (voo de cruzeiro)
Sim, você nunca andou na rua e de repente sentiu uma gotinha no rosto sem ser chuva?"
E mais: "peguei meu marido com outra, então, transei com um colega do voo para me vingar, mas agora me sinto com um vazio tão grande."
E aquele menos intrigante pergunta: "Você casaria comigo, não é? Admita eu sou um Wando."
Ouvi muitas coisas em tão pouco tempo de pressurização, dentre elas, declarações bonitas, outras arrogantes e outras completamente sem medida, tendo por parâmetro a nossa sociedade, é claro.
Mas, procuro não me deixar surpreender ou chocar.
Cada um tem suas esquisitices e suas chatices, manias, vícios, ritos, crenças, e encarar isso como algo que pertence a universos particulares é muito gostoso, faz achar graça no outro, faz amá-lo.
Tenho uma amiga, artista plástica, que é muito boa nesse exercício do olhar neutro, sou fã dela.
E sigo praticando, Ka. =)



9 de junho de 2010

Expectativa: Expectação; espera; Esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas; Esperança; Probabilidade.


Por que criamos expectativas quanto as pessoas ou fatos?

Que sinais são tao evidentes ao ponto de nos levarem a tal ?

Quanto do querer pode interferir nesse julgamento?


Sempre criei expectativas sobre tudo.

"Acho que o entrevistador gostou de mim e vou conseguir a vaga."

"Tomara que ele me ame, se depender do sorriso que me dirigiu hoje, creio que sim!"

"O professor deve ter me aprovado, balançou a cabeça positivamente enquanto corrigia minha prova."

"Me enrolei tanto que não devo ter passado no teste de língua."

"Maria não respondeu minha mensagem, deve estar chateada comigo."

E por aí vai...

Tento me controlar, para que meu “achismo” não seja um instrumento de manipulação dos meus sentimentos, da minha ansiedade, justo porque acredito que devemos lutar contra nossos medos, enfrentá-los e não criar subterfúgios para maquiá-los.

Amadurecer.

Hoje estive com a minha professora de italiano, que é uma pessoa flexível, porém, bastante conservadora - como toda boa italiana, e diante de seus relatos, me peguei num momento permissivo da vida, o que para ela seria, bem, melhor nem pensar nisso...

Me permito crer nas coisas de uma maneira diferente da convencional, tento me abrir diariamente, entretanto, me sinto cada vez mais distante da sociedade, digamos da massa, o que me faz meio solitária, não?

Talvez por isso, crie tantas expectativas, por acreditar nas coisas mais diversas e já não discernir bem o papel social dos personagens com quem me deparo.

Me surpreendo.

Pois, o entrevistador não me viu interessante; Ele não me ama e só sorriu por ser gentil, assim como o professor me reprovou, contudo, eu passei no teste de ingles, e Maria, não respondeu minha mensagem somente por estar sem créditos telefônicos naquele dado momento.


C'est La Vie

=)

Saber amar.

Sei que não é facil saber amar, sei o quanto é duro equilibrar os inúmeros poréns impostos pelos também inúmeros humanos que há em cada um de nós.

- Eu te amo! disse o sapo.
- Eu sei, e por te amar tanto também que lhe peço, não furte de mim o desejo de amá-lo. disse a rã com serenidade.
- Mas eu te amo tanto, tanto, que o medo de te perder me faz tremer.
-Bem, meu bem, se o medo for maior do que amor que tens para me dar, maior que a vontade de me ver feliz, maior que o brilho de seus olhos ao me ver livre, sendo livre, ao sonhar, ao pular, ao sorrir, ao coaxar desafinado, ao esticar de minhas vértebras, bem, então ao medo deves dedicar seu amor.

Terás de mim aquilo que souber cultivar.
Terás em dobro, aquilo que souber valorizar.
Reciprocidade, eu acredito no amor, ame a mim, sim, e muito, ame a ti mesmo, pois assim, te amarei imensamente, e então, nos amaremos e amaremos assim o mundo.

Espero grande amiga que tudo fique bem, pois o amor que lhe dedico é livre.
=)
to Yra.

7 de junho de 2010



Tenho Paura de Mim

Mulher TPM..
O cara que inventou esse termo não fazia ideia de quão carregado poderia ser. (risos)
Sofro deste mal.
Todo mês, naquela data certinha, que a mulher descolada em seu próprio calendário sabe bem qual é, Ela aparece.
Chega de mansinho sabe, vem assim como quem não quer nada, e dá os sinais de como vai se comportar no dado mês.
E agora?
Será a doce menina?
Será o cão em corpo de mulher?
Será que haverá um pouquinho de tolerância? E o humor? E tesão?
Cruzes.
Mal sabem os homens, como nos custa parecer normal. (risos)

Eu tento, obviamente, com com a ajuda sutil de minhas " pílulas do bom humor", pois, presenciar suas conseqüências não deve ser nada legal mesmo, mas sentir tais sensações na alma, isso sim é castigo.

O jeito é levar na brincandeira, e rir de si mesma.
A propósito, esse mês, ela veio "a agitada", 22oW. (risos)

=*

1 de maio de 2010

O Amor tem dessas...

O peso das escolhas nos faz dizer adeus.

Cada peso e cada medida tem uma finalidade e portanto, uma conseqüência. A resposta que obtive hoje, depois de muita luta contra as belíssimas emoções que as lembranças me faziam reviver, é de que ao escolher me apaixonar pelo que a mim não pertence, escolhi instantaneamente dizer adeus.

Difícil, não é?

Dizer Adeus...

Adeus.

A D E U S.

Adeus? Adeus? Sim, Adeus.

Adeus para o que viria daqui para frente, não pelo que foi experimentado, pois este esta intrínseco ao tempo, colado na página que virou, mas, como em um livro de estimação, retorna-se sempre que desejar a ela... Para salivar, ser absorvido em cheiro, em sensações, em prazer, em toque, em olhar, em palavras não ditas, mas, completamente recebidas, absorvido novamente por toda aquela paixão, tudo aquilo, tudo que jamais poderá ser traduzido.

É, realmente é duro dizer adeus, pois queremos sempre mais, assim como um delicioso chocolate, porém, não é igualmente belo, poder guardar tal fração de tempo?

Me sinto arremessada num verdadeira teia de contradições.

Está decidido.


Goodbye My Love...


30 de abril de 2010

Pessoas lindas! Roomies...
Ufaa.
Quanto tempo já não frequento esse espaço, acho que me perdi no volume dos acontecimentos...
Bem, o que me traz hoje é o êxtase, e portanto a necessidade de dividí-lo.
Tudo está certo. Tudo parece certo.
Saúde, bom trabalho, boa casa (seja qual delas for, em Floripa, São Paulo ou na mala =), pilates, terapia, boas amigas, boa família, bons voos, mas o que me trouxe, vai além, vai na autoestima, no ego, no amor próprio.
Certamente a fase, facilita muito, ou seja, é facil dizer que se está autoconhecendo, e curtindo, quando tudo vai bem, mas creio eu, que justamente por isso, tenho tido a oportunidade de me reconhecer e buscar aparar as arestas na minha relação comigo mesmo.
Tenho me permitido, e isso é excelente.
Me permito sorrir, sempre que possível, distribuir atenção e amor através dos meus gestos, para com todas as pessoas que eu venha cruzar, e isso é tao magnífico, pois, por mais que o faça com o coração e com o propósito único de emanar energias boas, tenho recebido da vida uma recompensa tão bonita, no meu dia-a-dia, no meu humor, seria uma troca com o universo?
E é exatamente essa troca que tem presenteado meus dias com pessoas lindas e contextos que me trazem alegria, amor, tesão, pele, cheiro, timidez num misto de audácia, me trazem mais que emoções, me trazem a tona a Bianca que me vejo, aquela para qual vou em direção, aquela que desejo ser, aquela que nunca consegui ver com tamanha nitidez e proximidade como agora posso ver.
Estou bem, feliz!
Muitas descobertas por vir, é claro.
Quem sabe eu possa dividí-las num futuro previsível (ou nem tanto) como diria Gretel ( O menino do pijama listrado - John Boyne).
A propósito, apaixonar-se é realmente uma das coisas mais emocionantes da vida, diariamente então...
=))

29 de janeiro de 2010

O Albergue das Mulheres Tristes - Livro da semana ( sim, semana...ando inspirada, acho...ou me seduzo facilmente...) =)

Pois bem, Floreana ainda estava com a chave, aquela que abriria a porta de uma nova vida.
Marcela Serrano descreve com tamanha doçura os conflitos desta personagem, que é inevitável, há de se encantar, de se identificar.
A sensação de não pertencimento, de nada, nem de lugar algum... talvez, por isso eu seja comissária, aspirante a historiadora...
O fato é, o ano já começou com inúmeros diálogos entre os anjinhos e diabinhos que me acompanham, e a cada dia sei que pareço ainda mais estranha, tanto que percebo os olhares, inclusive de amigos, daqueles que se perguntam, quem é você? Que segredos esconde?
Que canções são essas que ouve? Como pode ter valores tão excentricos? Quem é você que se esconde atrás desse personagem de aeromoça?
E eu?
Que posso dizer? Nem me conheço, quanto mais as dúvidas do universo...
Querer ficar só é algum sintoma?
E querer tomar uma cerveja gelada após um dia inteiro, o é?
Das poucas certezas que tenho, minha vida profissional é uma, meu amor pelos meus -mesmo que anseie por minha compania, em muitos momentos mais do que a deles - e... deixe-me pensar...............é, são essas!
Louco isso não, que tipo sou...
Na busca por ao menos mais alguma certeza, tomo minha cerveja, escrevo, choro, rio e falo com Deus.
Ufa!

16 de janeiro de 2010

Insight I

Nossa, que viagem!
O que me veio neste exato momento, após tantas discussões comigo mesma, e o que põe um ponto final na guerra entre voz interna 1 e 2, é que a dúvida se torna descabida, o passado foi tão maravilhoso, que não há do que se arrepender, porque senão a saudade não seria tão imensa, tão gostosa...

Que viagemmmmm.

Bem, mas o fato é que quero mais, e agora?
(risos)
Preciso escrever novas páginas no livro da minha história, com elementos novos, ou antigos, o fato é que preciso me reeditar e como diria Zibia..me abrir para vida...
Ainda não sei o que acontecerá com Floreana, mas o voto de castidade é um algo muito radical, vou esperar o próximo capítulo para ver se essa teoria com a qual se defende e transparece seus medos vai vingar. Ou seria a dor de amor assim tão ruim?

9 de janeiro de 2010

Direi-lhe -ei.

Relacionamentos levam de nós um pouco do que fomos e nos deixam novas características, é cíclico.
Sinto medo disso, porque gostava de quem era, ao passo que gosto de muito do que hoje sou, ao passo que desejo um pouco de antes e um pouco de agora, mas simplesmente não consigo mais, o que me leva a questionamentos:
O que a vida levou de mim é o preço?
As escolhas que não fiz, poderiam ter tido respostas diferentes das que eu enxergava?
Será que é o agora que me faz vê-lo, oh passado, mais belo do que realmente era?
Meu tempo como moeda de troca?
Parte de mim, do que foi de nós me assombra agora, e porquê?
Porque ver teus sinais? e porquê?
Presa em mim mesma, sim, presa em meus segredos.
Como sair dessa camisa de força?
Solte-me me querido Deus, liberte-me.
Como tenho medo. Um medo tão grande, que mesmo com mais prestativo amigo não seria capaz de dividir tais aflições...choraria, no colo, no ombro, muda, cega, surda e inconsciente, nuda, nula, inerte, e somente meus suspiros diriam quão grande é tal confusão que me embriaga, que me faz querer lutar e levantar bandeira branca na mesma fração de segundos.
Não há mais o que refutar...........................................ou há?
Mas que fica realmente dificil de entender, fica, fica, fica.
O que é isso? hein vida?
Cada vez menos respostas...
É quase como querer participar de um jogo que você simplesmente ignora as regras, os adversários, seus poderes...
Tenho sono.
Boa noite, meu doce diário.

3 de janeiro de 2010

Cena desesperadora...

Acabo de voltar da praia..

Com de praxe, acordei cedo, desci para tomar meu precioso café da manhã, e decidi dar uma caminhada na praia, estava no Leme, e queria ir até o Arpoador.

Não foi possível.

Fui consumida por uma mistura de sentimentos desagradáveis que só foram abrandados pela presença de Deus estampada em cada grão de areia.

Minha revolta, para muitos amigos já é bem conhecida com relação as características comerciais e fúteis do final do ano, mas as conseqüências dessa palhaçada de reveillon veio a tona hoje, e com ela, minha tristeza, meu desencanto e minhas esperanças sobre a evolução humana.

Copacabana, que normalmente no verão se transformou em um prostíbulo ao céu aberto, onde gringos leiloam garotas como gados, onde drogas têm acesso liberado e vagabundos se reúnem para arquitetar um novo meio de burlar leis e lograr pobres coitados, hoje é também lixão. Garrafas, copos, tampas, infinitas bitucas de cigarros, oferendas religiosas, e tantas outras tranqueiras que essa gente imunda foi capaz de trazer para praia.

O que me pergunto é, qual a dificuldade em celebrar esperanças renovadas, com abraços fraternos, com boas ações, musica, alegria e agradecimento pela vida?

Não. As pessoas preferem se embebedar, fumar, jogar todo seu lixo na praia e ter que se banhar nele no dia seguinte. Que maravilha. Parece-me um comportamento bem familiar, como o da Idade Média.

Indignada, não, já não há o que contestar. Devo estar muito fora de moda mesmo, ou ficando aquelas velhas chatas bem “cricris”, que não percebem quão divertido é ver o meio ambiente gritando por socorro, e festejar, esperando por um futuro diferente, mas que venha dos outros, por que de nós mesmos, não né?

Tome jeito rapaz, ao invés de passar o primeiro dia do ano de ressaca, vai fazer um mutirão pra tirar da praia, que nada tem haver com a insanidade humana, essa podridão, que nada mais é do que o reflexo da alma humana em pleno século XXI.

Que horror!