22 de agosto de 2010

Queria sentir alguma coisa, medo, aflição, raiva, queria chorar, ou rir, ou desdenhar, queria odiar, sentir-me decepcionada, ou confusa, queria sentir qualquer demonstração física, tremor, dor de estômago, vazio, frio, calor, taquicardia, queria mesmo, antes assim que nada sentir.

Fui refém dos prazeres carnais que você provocava em mim, e enlouqueci, pedi-lhe algo que jamais poderíamos cumprir.

Não o culpo por não me alcançar, sempre fui assim, sempre andei nas linhas de minhas emoções, me jogando intensamente nelas e flutuando como bolha de sabão num caso eterno de amor pelo ar, até ser consumida plenamente por ele.

Sou assim, louca, maluca, inconstante, doida varrida.

Sim, The End!

Mas não me interprete mal, não pretendo ser presunçosa ou arrogante, apenas confirmo algo que você já havia decidido também.

Dentre as divergências que temos, existe apenas uma que nos impõe tal abismo que nos divorcia, a maneira como nos relacionamos com a autoestima.

Nunca fui boa jogadora, sempre preferi assistir aos jogos alheios comendo marshmallow e rindo do quanto nós humanos somos bobos e dificultamos as coisas com essa esdrúxula mania de querer o poder da relação, quando é tão mais fácil simplesmente zelar pelo bem do outro em seus detalhes...

Quem sabe assim não teríamos tantas cicatrizes, não é?


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