10 de julho de 2010

Introspecções I

Dias desses, um amigo me perguntou: - Porque você está sozinha?
Hesitei.

Pra ser franca, essa é realmente uma grande questão.
O fato é que não me sinto sozinha.
Gosto da minha família, dos meus amigos, e tenho por vezes, confesso, certa urgência em companhias agradáveis e digamos um pouco mais politizadas, para fazer coisas diversas que me encantam, como teatro, cinema, um belo jantar, sentar no parque, ou viajar...
Bem normal, não é?

Mas o ponto que quero chegar, é que as pessoas confundem muito as coisas, creio.
Não namoro, nem sou casada ou qualquer outro título que possa caber na sociedade, mas não sou infeliz por isso.
E muitas pessoas não o são, gostam de estar solteiras, gostam da solidão, não com toda essa carga negativa que depositamos historicamente ao termo, mas visto de uma maneira bem simples, gostar de estar consigo mesmo.
Conheço pessoas, solteiros convictos, que amam seus estilos de vida, e jamais estão sós.

O que acontece com a nossa cultura de inserir informações de pacote como verdades absolutas é desumano, por não nos dar a oportunidade de escolher.
Ainda bem que as coisas estão mudando.
Tenho lido as teorias de Flavio Gikovate que fazem um sentido mágico aos meus olhos, embora é claro, existam brechas, por sermos sensíveis e carentes, muitas vezes nos deixamos levar por emoções efêmeras e nos colocamos em posição de risco, risco à nossa integridade emocional, mas pelo meu ponto de vista isso também faz parte do jogo da vida, que é aprender a lidar com nossos sentimentos, desejos, e com os desdobramentos de nossas próprias ações e intenções.
Existem inúmeras razões para que as pessoas optem por não se envolverem em relacionamentos amorosos sérios, mesmo sabendo que amar seja muito bom, é preciso ser assertivo, aparar arestas, conhecer-se, certificar-se de afinidades e "desafins", isso sem contar nos valores sexuais, entre tantos outros.
Sou a favor do amor, como sempre mencionei neste espaço, mas como fruto de algo real, livre, entre pessoas dispostas.

Meu Caro Vinícius:
Estou sozinha por adorar estar sozinha, porém, estou sim, aberta ao que se estabelecer verdadeiramente.

=*

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