27 de agosto de 2010



Ontem passei um final de tarde maravilhoso.
Cheguei em Aracaju, fiz uma lanchinho rápido e corri para saudar o mar, meu querido mar... Me atirei nas ondas como criança, o pôr- do- sol me acariciava com seu suave calor, e um lindo arco-íris surge a minha frente para selar meu dia e me fazer refletir.

A gente se envolve com tantas coisas sem importância (real), não é?
Disserto.

Comprei um apartamento em Florianópolis, no centro.
Que raios eu tinha na cabeça ao fazer isso?
Ok, o apartamento é legal, bem localizado, no entanto, o que mais amo é colocar meus pés na areia e sentir aquela brisa úmida vir na minha direção movimentando meu cabelo, me enchendo de paz, allora, porque não uma casa na praia?
Queria ficar em casa tomando meu chimarrão, lendo Clarice ou Camus, escutando Madredeus, mas saí - por pura insistência - com uma amiga para uma festa de gente rica e careta, que não me despertam interesse algum, vazio, do tipo ócio improdutivo, divertimento falso, oco, bruto demais...
Andava distraidamente no shopping, e em 15 minutos que entrei numa loja, comprei uma bolsa de R$700,00. Esta lá, no armário, pois é pesada para andar comigo em minha mala. Então? =/

Quais são os seus valores?
Será que não estás agindo de encontro à eles?
Foi o que mar me perguntou.

Chorei quietinha, por dentro.

Pensei, pensei... Lembrei da minha infância, de quando meu avô me acordava e ainda sonolenta, sentava na porta da cozinha, um frio de rachar e eu recebia meu amado sol quentinho sobre a pele do rosto, enquanto aguardava pelo meu chocolate e aquele pãozinho com manteiga que só ele sabia preparar, ou quando deitava em baixo da parreira comendo uva verde, enquanto os raios do sol por entre as folhas iluminavam minha travessura, e ainda, quando passava tanto tempo no mar quanto os dedos murchos e a boca roxa podiam denunciar, me retirando somente depois de ter dado uns dez últimos mergulhos e minha mãe indo embora cansada de tanto me chamar.

Esses são meus valores respondi ao mar.

E o arco -íris feliz, cada vez mais intenso, me disse:
Pois bem, doce humana, agora já sabes o que fazer.

Respirei fundo, e sorri.

=)

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