Sabe aquela menina que sentava no meio da sala?
Passava o recreio com os meninos skatistas, mas freqüentava a casa das cdf's, dividia o lanche com a menina de classe media, como eu, e odiava o menino mais bonito da sala, amava a professora de matemática e algumas vezes passava pela sala da diretora, por ser, segundo ela, algo que na época eu não entendia muito bem - subversiva.
Eclético demais, acho.
O fato é que hoje, entre meus tantos devaneios, me vi encontrando normalidade em tudo.
Confuso?
Bem, explico.
Uma colega afirma: "adoro comer doce de leite com os dedos!"
Outro pergunta: "será que o presunto do sanduíche está fresco?"
Aí vem a história: "minha mãe disse para eu não freqüentar parques aquáticos, pois posso ficar grávida nas piscinas! "
E a chamada de atenção: "não jogue coca na pia, ela cai lá embaixo.
Embaixo? digo eu. (voo de cruzeiro)
Sim, você nunca andou na rua e de repente sentiu uma gotinha no rosto sem ser chuva?"
E mais: "peguei meu marido com outra, então, transei com um colega do voo para me vingar, mas agora me sinto com um vazio tão grande."
E aquele menos intrigante pergunta: "Você casaria comigo, não é? Admita eu sou um Wando."
Ouvi muitas coisas em tão pouco tempo de pressurização, dentre elas, declarações bonitas, outras arrogantes e outras completamente sem medida, tendo por parâmetro a nossa sociedade, é claro.
Mas, procuro não me deixar surpreender ou chocar.
Cada um tem suas esquisitices e suas chatices, manias, vícios, ritos, crenças, e encarar isso como algo que pertence a universos particulares é muito gostoso, faz achar graça no outro, faz amá-lo.
Tenho uma amiga, artista plástica, que é muito boa nesse exercício do olhar neutro, sou fã dela.
E sigo praticando, Ka. =)
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