Acabo de voltar da praia..
Com de praxe, acordei cedo, desci para tomar meu precioso café da manhã, e decidi dar uma caminhada na praia, estava no Leme, e queria ir até o Arpoador.
Não foi possível.
Fui consumida por uma mistura de sentimentos desagradáveis que só foram abrandados pela presença de Deus estampada em cada grão de areia.
Minha revolta, para muitos amigos já é bem conhecida com relação as características comerciais e fúteis do final do ano, mas as conseqüências dessa palhaçada de reveillon veio a tona hoje, e com ela, minha tristeza, meu desencanto e minhas esperanças sobre a evolução humana.
Copacabana, que normalmente no verão se transformou em um prostíbulo ao céu aberto, onde gringos leiloam garotas como gados, onde drogas têm acesso liberado e vagabundos se reúnem para arquitetar um novo meio de burlar leis e lograr pobres coitados, hoje é também lixão. Garrafas, copos, tampas, infinitas bitucas de cigarros, oferendas religiosas, e tantas outras tranqueiras que essa gente imunda foi capaz de trazer para praia.
O que me pergunto é, qual a dificuldade em celebrar esperanças renovadas, com abraços fraternos, com boas ações, musica, alegria e agradecimento pela vida?
Não. As pessoas preferem se embebedar, fumar, jogar todo seu lixo na praia e ter que se banhar nele no dia seguinte. Que maravilha. Parece-me um comportamento bem familiar, como o da Idade Média.
Indignada, não, já não há o que contestar. Devo estar muito fora de moda mesmo, ou ficando aquelas velhas chatas bem “cricris”, que não percebem quão divertido é ver o meio ambiente gritando por socorro, e festejar, esperando por um futuro diferente, mas que venha dos outros, por que de nós mesmos, não né?
Tome jeito rapaz, ao invés de passar o primeiro dia do ano de ressaca, vai fazer um mutirão pra tirar da praia, que nada tem haver com a insanidade humana, essa podridão, que nada mais é do que o reflexo da alma humana em pleno século XXI.
Que horror!
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