26 de julho de 2010

Tripulante Extra


Você recebe uma escala mensal, que descreve seus horários de voos, os lugares por onde irá passar, e onde irá pernoitar, então, você organiza o restante: onde, o que, e que horas vai comer, malhar, correr, badalar, se o hotel tem internet, se o pernoite é em região de praia, o que deve colocar na mala, quanto tempo tem de sono, quanto tempo terá para estudar, até que horas vai o café da manhã, que hora deve despertar, como vai dispor o tempo de suas folgas para todas suas necessidades, e daí vem o ponto chave, o bendito que mora fora de São Paulo ainda tem a maratona até em casa, o que implica em casar o seu horário de chegada de uma programação, com os voos disponíveis para sua cidade.

Tudo pronto. Organizado. Esquematizado.

Mas, como nem tudo são flores, e para a loucura dos perfeccionistas, a escala altera, e você que estava organizado para passar o dia em Natal/RN, ir a praia, passear, deve reorganizar-se rapidamente, pois agora irá pernoitar em Foz do Iguaçu, sendo apenas um detalhe os 20º graus a menos de diferença entre essas cidades.

Entretanto, um detalhe específico lhe vem a mente, na escala publicada no início do mês, ao final do voo, você chegaria a São Paulo em Guarulhos, às 13hs, e pegaria o voo pra sua casa das 15hs, so perfect!, não mais, pois agora, você chega no Rio de Janeiro às 17h30, e seu voo para casa é as 18hs, ou seja, se decidir ir para São Paulo como tripulante extra remunerado (a trabalho), perderá o último voo saindo de Congonhas, o que quer dizer que só conseguiria ir para casa no dia seguinte, então, correeeeeeeeeeeee (risos)... Precisa imprimir um passe GIG/FLN, subir a mala, pois no GIG a mala vai para esteira... Termina o serviço já pensando: - Porque o comandante ainda não fez o speech de descida? Hunf... se despede dos colegas antes do pouso, e pousa, ufa!... Jesusssss, o táxi não termina nunca, começa contar os segundos no relógio pra ver se ele passa mais devagar, e torce para que seu voo esteja atrasado. Abre a porta, foi dada a largada, fala com o despachante: - Onde está o Floripa? " Correeee, e lá vai a comissaria correndo com mala, porta-casaco, bolsa, e detalhe: de salto. Sai corredor a dentro, desce escada, sobe escada, passa no portão, entrega o passe voando e tcharaaammmm... Chega na porta da aeronave, suada, esbaforida e faz a tão desejada pergunta: - Me leva de extra?

Entra, toma um copo de água, guarda suas coisas e senta-se... Adormece, e acorda com o coração sorrindo, ao ouvir o speech de pouso.

Amo voar, mas todo esforço é válido para estar em casa!

=)


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