16 de janeiro de 2009

Chuva, chuvoso, nublado, nuvoloso....

Há quem acredite que depois de um certo tempo passando de hotel em hotel, cidade em cidade, tudo pareça igual, perdendo a graça, eu duvido!
Cada dia é tão magicamente diferente do outro que em cada pousada abre-se uma janela cheia de novidades.
Estive em Campo Grande recentemente, e como desde pequena o faço, assim que abro olhos corro para janela e confiro se existe a presença do maravilhoso SOL, e para minha surpresa, o dia estava chuvoso, inconstante, o que normalmente me entristeceria, me tolheria o brilho, no entanto, por instantes surgiu em mim a mesma sensação de quando havia sete anos de idade, olhei para rua com os mesmo olhos desejosos.
Recordei-me de um certo dia, sentada a janela da casa dos meus avós, contemplando a rua através das vidraças molhadas, até me perder observando as gotas unirem-se umas as outras e ficarem pesadas o suficiente, e assim, escorrerem vidraça abaixo.
A casa deles sempre foi para mim um castelo encantado, cheio de mistérios, passagens secretas, bichos estranhos e subidas em goiabeiras, laranjeiras e abacateiros; único lugar do mundo que tinha a fruta fantástica, de sabor inigualável, tão poderosa quanto ao suco dos ursinhos gummies, a Pitanga. Desde o cachorro chamado Lép, meu fiel parceiro e defensor, às amigas formigas, das quais passava horas à alimentar jogando na porta de seu formigueiro os farelos dos meus biscoitos, folhas, flores e outros insetos mortos, simplesmente para vê-las carregarem para dentro, somente para observar seu instinto coletivo. Ou os dias em que largava tudo para ajudar meu avô na sua horta, ou a casinha de madeira feita ao pé da arvóre, de onde qualquer Ser que se permitisse imaginar, poderia sentir o aroma da comidinha caseira e até mesmo assistir as aulas de uma professora aplicada e severa junto a outras bonecas. Era um mundo de descobertas dentro de 12,5x 24m de terras perfumadas. A ausência de meu pomposo amigo me impediria de explorar o admirável mundo de Bianca.
E foi com essa sensação que fiquei ali, parada, olhando por aquela janela de hotel....

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