18 de janeiro de 2009

Apenas uma descoberta...

Costumo construir universos bem elaborados, tudo sob o mais rígido controle, a mais perfeita ordem, racionalizando até mesmo onde cabe a minha interferência e onde começa os 50% da vida. E vem o sol, e me ilumina a alma de alegria e penso:
- Ok! Tudo certo, este é o plano, está sendo seguido, e seguido serei feliz, inteligente, harmoniosa, e tudo mais... Então, pego minhas armas e ando agarrada a elas, firme, com a mesma postura de uma jovem do século XVI dentro de seus justíssimos espartilhos, ou como um guarda da segurança britânica, não respiro, não me permito sair da risca.
Mas eis que uma noite qualquer algo em mim acontece tão bruscamente, surgem questionamentos, uns sobre outros, e outros que ignoram os anteriores e vira uma bagunça tão grande que já não me vejo ali, e como alguém que perde um amigo numa multidão, busco algo meu naqueles sentimentos todos, algo que me pertença, mas as dúvidas são tamanhas que já não reconheço nem a mim, nem o que é meu, nem o que deveria ser.
Meu peito fica tomado por uma coisa, que as pessoas costumam chamar de angústia, mas nem sei ao certo dizer, dar nome ao que não se vê dá margem a tantas interpretações, por isso, posso apenas afirmar que é incômodo, que parece um balão sendo inflado no peito à medida que as respostas deixam de vir, e a certeza se esvai.
Permaneço assim agitada por horas, às vezes dias, semanas, até acertar o passo novamente.
Hoje percebi isso com mais clareza. Sei que existe algo de errado nesse processo cíclico, e preciso encontrar a ponta da linha deste carretel.
Provarei diferente da próxima vez, testarei outros artifícios, até a vida me dar uma trégua e diante das minhas inúmeras tentativas, me ceder ao menos a tolerância a mim mesma.
Caberá agora seguir nessa estrada atenta, atenta sim, mas generosa comigo mesma, aberta a me descobrir, e escolher...
Vou andar!!

“...eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou...”
Rodrigo Amarante

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