30 de janeiro de 2009

Livro de Janeiro: Comer, Rezar, Amar

Bem....heheh
O livro é comercial, sim é, mas a algo de muito semelhante no modo como Elizabeth Gilbert escreve, e ainda mais na sequência em que os fatos ocorrem na sua história.
Tenho vivido sensações muito parecidas.
Posso dizer que me encontro no período "Rezar", digo, no início deste. Preciso tanto de mim, trancender, autoconhecer, buscar, acreditar, orar, agradecer...
Nesse turbilhão de mim em que vivo, chegou a hora. Em verdade, muito pouco fiz até então para encaminhar de fato essa "ricerca", mas já se faz nítido meu interesse e curiosidade pelas coisas que se relacionam a isso, o que considero um grande avanço, já que meus passos anteriormente visavam ignorar qualquer assunto ligado a espiritualidade ou busca da paz interior.
Parece até balela, ou mesmo monótono mencionar esses meus anseios atuais, mas precisava registrá-los, sou eu, Bianca.
E creio ainda mais, creio que este será um periodo muito feliz, esclarecedor e importante para que eu cresça em muitos aspectos de minha vida, para que eu amadureça.
As pessoas falam em amor...quero amar..ser amado....ok!, quem não quer?
Certa vez um senhor no ônibus me disse que nossa vida é o equilibrio das três pontas de um triângulo: espiritualidade, emocional e material.
Quando um dos lados está conflituoso todos os demais também estarão. E de fato acredito.
Não que eu não deseje mais amar, ou "comer", mas nesse momento sinto que minha pirâmide está pendente, e necessito dar atenção ao que mais deficiente está no momento, e com isso amar sim, minha familia, amigos e cachorros, respeitá-los e estar ali pertinho de suas vidas e corações, torcendo por eles, e doando um pouco de mim; conquistado sim, meus objetivos, ampliando minhas aspirações e solidificando minha história; No entanto, necessito estar em paz, para fazer fluir minha relações, meu amor, minha confiança, minha generosidade, meu olhar ao outro, à vida, à mim.
Que Deus me ilumine nesta jornada e que dela eu possa extrair belos frutos e estendê-los a todos que por mim passarem.

18 de janeiro de 2009

Apenas uma descoberta...

Costumo construir universos bem elaborados, tudo sob o mais rígido controle, a mais perfeita ordem, racionalizando até mesmo onde cabe a minha interferência e onde começa os 50% da vida. E vem o sol, e me ilumina a alma de alegria e penso:
- Ok! Tudo certo, este é o plano, está sendo seguido, e seguido serei feliz, inteligente, harmoniosa, e tudo mais... Então, pego minhas armas e ando agarrada a elas, firme, com a mesma postura de uma jovem do século XVI dentro de seus justíssimos espartilhos, ou como um guarda da segurança britânica, não respiro, não me permito sair da risca.
Mas eis que uma noite qualquer algo em mim acontece tão bruscamente, surgem questionamentos, uns sobre outros, e outros que ignoram os anteriores e vira uma bagunça tão grande que já não me vejo ali, e como alguém que perde um amigo numa multidão, busco algo meu naqueles sentimentos todos, algo que me pertença, mas as dúvidas são tamanhas que já não reconheço nem a mim, nem o que é meu, nem o que deveria ser.
Meu peito fica tomado por uma coisa, que as pessoas costumam chamar de angústia, mas nem sei ao certo dizer, dar nome ao que não se vê dá margem a tantas interpretações, por isso, posso apenas afirmar que é incômodo, que parece um balão sendo inflado no peito à medida que as respostas deixam de vir, e a certeza se esvai.
Permaneço assim agitada por horas, às vezes dias, semanas, até acertar o passo novamente.
Hoje percebi isso com mais clareza. Sei que existe algo de errado nesse processo cíclico, e preciso encontrar a ponta da linha deste carretel.
Provarei diferente da próxima vez, testarei outros artifícios, até a vida me dar uma trégua e diante das minhas inúmeras tentativas, me ceder ao menos a tolerância a mim mesma.
Caberá agora seguir nessa estrada atenta, atenta sim, mas generosa comigo mesma, aberta a me descobrir, e escolher...
Vou andar!!

“...eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu nem sei quem sou...”
Rodrigo Amarante

16 de janeiro de 2009

Chuva, chuvoso, nublado, nuvoloso....

Há quem acredite que depois de um certo tempo passando de hotel em hotel, cidade em cidade, tudo pareça igual, perdendo a graça, eu duvido!
Cada dia é tão magicamente diferente do outro que em cada pousada abre-se uma janela cheia de novidades.
Estive em Campo Grande recentemente, e como desde pequena o faço, assim que abro olhos corro para janela e confiro se existe a presença do maravilhoso SOL, e para minha surpresa, o dia estava chuvoso, inconstante, o que normalmente me entristeceria, me tolheria o brilho, no entanto, por instantes surgiu em mim a mesma sensação de quando havia sete anos de idade, olhei para rua com os mesmo olhos desejosos.
Recordei-me de um certo dia, sentada a janela da casa dos meus avós, contemplando a rua através das vidraças molhadas, até me perder observando as gotas unirem-se umas as outras e ficarem pesadas o suficiente, e assim, escorrerem vidraça abaixo.
A casa deles sempre foi para mim um castelo encantado, cheio de mistérios, passagens secretas, bichos estranhos e subidas em goiabeiras, laranjeiras e abacateiros; único lugar do mundo que tinha a fruta fantástica, de sabor inigualável, tão poderosa quanto ao suco dos ursinhos gummies, a Pitanga. Desde o cachorro chamado Lép, meu fiel parceiro e defensor, às amigas formigas, das quais passava horas à alimentar jogando na porta de seu formigueiro os farelos dos meus biscoitos, folhas, flores e outros insetos mortos, simplesmente para vê-las carregarem para dentro, somente para observar seu instinto coletivo. Ou os dias em que largava tudo para ajudar meu avô na sua horta, ou a casinha de madeira feita ao pé da arvóre, de onde qualquer Ser que se permitisse imaginar, poderia sentir o aroma da comidinha caseira e até mesmo assistir as aulas de uma professora aplicada e severa junto a outras bonecas. Era um mundo de descobertas dentro de 12,5x 24m de terras perfumadas. A ausência de meu pomposo amigo me impediria de explorar o admirável mundo de Bianca.
E foi com essa sensação que fiquei ali, parada, olhando por aquela janela de hotel....

12 de janeiro de 2009

Canção de ninar!!

O Rio

Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar

Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração

Lembra, meu filho, passou, passará
Essa certeza, a ciência nos dá
Que vai chover quando o sol se cansar
Para que flores não faltem
Para que flores não faltem jamais

Seu Jorge/M. Monte/ C.Brown/A. Antunes

Pego-me observando os pequenos onde quer que eu vá, sua espontaneidade, sua urgência em fazer o mundo passar pelos sentidos, a rapidez com que adormecem após uma jornada exaustiva, os deliciosos afagos que doam na hora de ninar.

Dizem que não há amor maior no mundo.

10 de janeiro de 2009

Quase sempre me permito fantasiar, é inerente a minha existência, monto cenas com direito a figurinos, elenco, locação e a retomada da cena quando não está de acordo com o “desejado” (risos)... Talvez tais pensamentos materializados, captados, não tivessem impacto algum, não venderiam, mas me proporcionam certa energia, me divertem, me fazem ter vidas que jamais poderia sintetizar nesta.
Os livros, o cinema, inspiram a criar...Quem sabe em algum momento eu escreva, e publique neste, uma de minhas aventuras!
Inevitávelmente busco romantizar, com irônias providencíais da vida, e aquele misto de eventos cômicos e grandes feitos.
Bah! A insanidade me toma.
Certa vez, na adolescência, vivi algo bem engraçado, ao confundir meus pensamentos com a realidade. Sempre freqüentava um praia em Floripa, chamada Praia Mole, tinha minha galera e meu espaço, enfim, e de longe sempre observava um garoto, moreno, alto, cabeludo e surfista (óbvio!!). Com encontros de praia cada vez mais freqüentes, e aquele frio na barriga próprio de uma adolescente que se emciona ao ver o Brad Pitt em um filme ou cartaz, comecei então a ......tcham tcham...fantasiar!
Nos meus doces sonhos ele se chamava Felipe!
Até então, tudo bem, fantasiava e me apaixonava cada vez mais pelo surfista bronzeado.
Daí, eis que surge a festa da Udesc, faculdade do estado de Santa Catarina, festa dessas tradicionais que tem todo ano, e como boa informada de tudo que rolava na ilha, sabia da festa e fuiii!!!
Na época eu fazia cursinho pré-vestibular, e todos meus colegas estavam lá, o que representava uma festa iradaaaa, como diria.
Ele, o meu Romeu, também estava, fato que me surpreendeu e me deixou completamente aérea. E como coincidência pouca é bobagem, ele era muito amigo do meu super parceiro de classe, Tiago.
Bem, a continuação da história, é fácil de se imaginar, pois tudo o que desejamos muito, além de eu acreditar na força externa a nós que se movimenta para isso, não medimos esforços para consegui-lo. Ficamos.
Ele se chamava Rafael, o que dificultou um pouco as coisas pra mim, pois mesmo com dois anos de namoro ainda o chamava de Lipe (risos).
Hoje Rafael continua sendo o Romeu, da Julia com quem é casado, feliz e tem uma linda filha chamada Clara.

Sou peixe, de peixes, pisciana!

9 de janeiro de 2009

O Perfume

"...O suor dela odorava tão fresco quanto a brisa do mar, o sebo dos seus cabelos, tão doce quanto o óleo das amêndoas, o seu sexo como um buquê de lírios-d'água, a pele como flores de pessegueiro...e a conjunção de todos esses componetes resultava num perfume tão rico, tão equilibrado, tão fascinante que tudo o que Grenouille havia cheirado até então, em termos de perfume, tudo o que ele brincando havia criado dentro de si em construções aromáticas, tudo de repente degenerou em simples absurdo. Centenas de milhares de odores pareciam não ter mais nenhum valor diante desse único aroma. Este um era o supremo princípio, de acordo com que os demais tinham de se ordenar.
Era a pura beleza, beleza pura. ...".

A história de Grenouille chegou até mim através de minha prima, adoradora da leitura, de boas histórias, do bom português; e preencheu os meus momentos, enquanto mergulhada nos devaneios do personagem, de desejo pelas letras que pareciam dançar diante de meus olhos.
Recomendo SIM.

Espelho, espelho meu...

Há tempos me passa na cabeça a idéia deste blog, mas sempre relutava, por achar que seria mais um incentivo as relações virtuais, sendo que poderia estar conversando olho no olho, enquanto tomava meu chimas num parque, ou qualquer coisa do gênero.
No entanto, resolvi abrir mão e me entregar a essa "tentação", e mesmo que não seja visto, ouvido, sentido...estarei me alimentando da sensação de me dividir com "alguém" (coisas que só a internet consegue proporcionar!!)...
Bem Vindos...Benvenuti....