16 de setembro de 2010

É tempo de ser chato.


Há pouco fiz um post no Facebook e minhas amigas saltaram com suas teorias mil, eis:
" Sabe quando você olha ao redor e tudo parece sem sentido? Não é louco pensar que vamos regularmente trocar papel por alimento num lugar chamado supermercado? E pensar que amamos e geramos posse sobre o outro, como mais uma mercadoria de tal supermercado? E bebemos pra amenizar? E rimos pra não chorar? Corremos kms pra gastar o que trabalhamos para adquirir no... onde? Supermercado! Era da compra e venda. Cansa sabia?"

A verdade é que me referia ao amor plástico.
A realidade que criamos, as pessoas que escolhemos para nossa vida, a casa, os gostos, o estilo, tudo é minimamente relativo.
Isso é a vida.
Você cai nesse mundo doido, e como se fosse um chip em que inserem uma porção de informações, das quais você seleciona, de acordo com seus sentidos, as que mais lhe encantam e as adapta a um ritmo que siga no fluxo da louca sociedade.
Daí, como capitalistas, consumimos.
Consumimos romance do cinema, comida industrializada, ou não se você for naturalista, consumimos animais, vida verde, produtos por nós produzidos, consumimos "felicidade", consumimos família, caviar.
Era da compra e venda.
Compra-se de tudo, e tudo importa, ou não, na busca da euforia, do êxtase.
Ui, que insano, não é mesmo?
Onde esta a ponta desse fio?
Me sinto incomodada pela sensação de reset. Desejo resetar e voltar ao principio.
Principio? =/
Onde fica mesmo?
De qualquer maneira, não sei o que escolher, o que amar, o que comer, onde andar, que ar respirar, o que ler, não sei de mais nada, nem o que é diversão, nem o que é tristeza, nem o que é amor, ou porque trabalho tanto, porque passo a maior parte do tempo séria, e adulta demais, ao invés, de deliciosamente desencanar dessa "caciotta".
Todo esse mundo plástico, plastificado, fabricado pela nossa mente envaidecida e ignorante.
Ui. (risos)
Peguei pesado?
Pra que mentir? Fingir que está tudo maravilhoso?
Não.
Ando deprimida, mesmo. ( Eh merrrmo ae? Que bommm - Essa é para a galera do fundão =p)

E como em resposta aos posts em meu Face... Acho que o mundo anda deprimido.

Chato.
Quando do céu escolhi a terra para habitar, não analisei a capacidade que temos de ser chatos, so boring.
=p

8 de setembro de 2010

Você já banalizou hoje?

Banal = Trivial, comum, vulgar.

Banalizar =Tornar vulgar ou banal.

Interessante como adquirimos com facilidade a capacidade de banalizar aquilo que está na pele alheia.

Conversando com uma amiga bastante querida e que está em constante crise recíproca de ciúmes em seu namoro, pude ouvir, pacientemente aconselhar, e mostrar com seriedade doce o quanto algumas arestas precisavam ser aparadas em seu próprio olhar e postura.

Frequentemente me encontro à aconselhar amigas, ajudá-las com dificuldades em seus respectivos relacionamentos, em suas escolhas pessoais, procurando sempre ser assertiva e mostrando à elas as opções que tem ao seu redor, procurando sempre o caminho do bem, da dita felicidade.

Mas o irônico nisso tudo, é que por detrás dessa personagem séria, madura, e generosa, existe alguém que comete muitos erros, que tem medo das escolhas que faz, e que pratica tudo ao inverso daquilo que busca advertir.


Quer ver?


Me apaixonei por alguém proibido pra mim, dessas apaixonites malucas que duram pouco, mas são tao intensas que mal conseguimos dar conta de vivê-las...

Tive que me afastar, urgentemente, e lembro que nos primeiros dias me faltava o ar, ainda mais quando descia o elevador do prédio e sentia os rastros de seu aroma. Foi como ácido lático muscular, doloroso, mas tão bom.

Logo, na fuga dos furacões que me abordam em certas esquinas, pedi um amigo em casamento, amigo este, que ainda apaixonado pela ex-namorada, e com expectativas confusas quanto a vida, tais como são as minhas, obviamente, me acenou para o engano que não desejava cometer.

Justo.

E agora?

Reencontrei um amigo de curso, de quatro anos atrás, de quando eu ainda era noiva, e de um momento em que estava nula para outras possibilidades. Me surpreendi, demonstrou um interesse antigo, do qual eu inocentemente jamais havia me dado conta, mesmo com as inúmeras gafes por ele cometidas, das quais tivemos o prazer de relembrar e rir.

Sweet. Confesso que me balançou.

Contudo, antes que eu venha dar continuidade a seqüência de equívocos, e diante desse momento em que necessito definir meus reais anseios, em que devo focar minhas projeções futuras, eu desejo um tempo, t e m p o , tempo este só meu, para sorrir, para viajar nas tantas teorias que elaboro e concluo em cada instante que transcendo, para conhecer pessoas excêntricas, para provar, escrever, estudar, amar minha família, meus cachorros, a vida.


A única coisa que desejo, sinceramente, nessa estrada que apelidei de “desintoxicação” é que eu alcance a coerência entre Bia que diz, e a Bia que faz.


=)



6 de setembro de 2010

Primeiro Plano


Cinemà, cinemà...

Oh! Grande amor,

Liberta-me,

Da simplicidade do viver,

Transporta-me daqui,

Para além,

Para os livros, os mares,

para a pele, as sensações,

Me deixe voar nos rastros da imaginação,

Me faça mergulhar no vão,

Transporta-me sem respirar,

Me leve pra quaisquer lugar,

onde já não há eu.

Me cure da dor de estar,

Pequenino, eu sei,

Mas ainda assim, me leve

Meu rei, e me diga que será eterno em meu coração

para que de lá eu não precise voltar, e

assim possa enquadrar, ampliar, modificar, codificar, movimentar,

mesmo sabendo, que aqui é o meu lugar.




5 de setembro de 2010

Doce Domingo.

Nessa vida louca de aeronauta, esqueço freqüentemente o dia da semana, do mês, ás vezes o próprio mês e até o ano em que estamos, e dificilmente estou presente nas reuniões familiares dos meus, pois folga para mim não está marcada no calendário, mas hoje provei novamente dessa sensação de acolhimento , passei um domingo surpreendente.
Um colega piloto reuniu a tripulação para almoçar em sua casa, junto de sua família em Belzonte, e foi simplesmente demais.
Havia tudo, mesa cheia, família e amigos pelo sofá, risadas e curiosidades por todos os lados, com direito a mãe, pai, primos, tia, e uma super Vó cozinhando um almoço delicioso: picanha de carne de sol ao forno, arroz de pique, saladas, farofa e batata frita, e como bom mineiro, cachaça, vinho, cerveja, espumante, refrigerante e muita alegria.
Ganhei o dia, lindo por sinal, de muito sol e calor, mas fui além, ganhei novos amigos.

Caminhando na rua, tricotando com minhas vozes internas, fazendo um retrospecto do dia, da vida, coligando às minhas experiências de infância, com boas lembranças de amigos, de amores, de sensações, pude sentir o perfume da dama da noite movimentar meu cabelo com a brisa morna da noite, então pensei, é disso que minha mãe fala, quando se refere a paz de espirito. =)

Haja hoje para tanto ontem...

Cada dia me convenço mais, de que nada, nadinha nessa vida tem mais relevância do que o vivido agora, das emoções que você se permite ter, dos amores que se permite viver, os amigos que cativa, os animais que distribui carinho, a atenção que doa a quem necessita, e principalmente da ligação que temos com a natureza, que é essencial, que é a recarga das energias, é a vida valendo a pena a cada inspirar.

I believe.

Boa semana!