6 de julho de 2011

The End;...

Adoro mexer nas minhas coisas... arrumar armários, colocar ordem nas prateleiras, lustrar bibelôs, e numa dessas minhas aventuras relaxantes (risos) encontrei um livro da adolescência, daqueles que nos faz venerar um escritor para o resto da vida,  Uma Aprendizagem ou o livro dos Prazeres, de Clarice amada Lispector.
As histórias por ela contadas, geralmente terminam com ponto e vírgula ou reticências e naquela época tinha certa dificuldade de compreender tamanha contradição diante do chip da cinderela implantado em nós mulheres desde pequeninas, afinal, o final deve ser sempre feliz e The End.
Ao final de um relacionamento, muitas emoções são expostas, a auto-observação tende a ser mais crítica, no entanto, a avaliação das coisas nem sempre segue clara.
Leva-se tempo para separar a nossa vida da vida de outra pessoa, naturalmente, pois, tudo está atrelado, as manias, o mimos, os amigos, as casas, as roupas, as peles, os planos, os cheiros, os, as... tudo ali, juntinho, de repente, não mais, então, passa-se ao processo de  S E P A R A R, o que é meu, do que é seu, difícil, não?
Como separar o que não é físico, material?
= o

E nesse furacão, separando, separado, sente-se raiva, medo, angústia, vontade de sufocar com travesseiro (risos), pena, enfim, somos absolutamente humanos, buscando a racionalidade das emoções, e nada mais humano, que tentar o impossível!

Hoje após conversar com uma amiga, pude desfazer aquele bolo de sensações que estava preso ao meu peito, explico:
 Questionei a ela, como somos capazes de estabelecer uma relação amorosa com alguém cuja incompatibilidade de valores e pensamentos é gritante, e ela me disse apenas que relações são momentos.
Minha cabeça nessa hora deu uma volta e então meu coração se acalmou, conclui, portanto, que se relações são momentos, e momentos são feitos de um eu de ontem, diferente do eu de hoje, e consequentemente de amanhã - falo de nossa constante transcendência - é natural que os laços se percam, se foram construídos apenas com base num dado momento de vida e não sobre a verdadeira essência de cada um.

A partir de hoje, posso dizer que Clarice continua a me fisgar, pois eu creio, agora, nos três pontinhos, e nesse dado recorte de minha vida posso dizer:
The End...

Lori, eu não estava pronta!

Ulisses, quem sabe numa das curvas de minhas estradas eu esteja pronta, e você, então, apareça...

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